No quarto episódio do podcast Calma, você não é a Mulher Maravilha, a apresentadora Karina Godoy recebe a chef Célia Miranda Mattos, à frente da Destilaria Octaviano Della Colletta, para uma conversa sensível, potente e cheia de aprendizados. O episódio mistura histórias pessoais, superação, empreendedorismo feminino e, claro, muita gastronomia.
Com leveza e firmeza, Celinha — como é carinhosamente chamada — fala sobre os desafios de se impor como mulher preta e empreendedora em um setor ainda predominantemente masculino. “Toda vez que entro em uma sala de reunião, preciso provar que sou a diretora. Ninguém acredita de primeira. É difícil, mas me imponho com educação, com firmeza. Esse é o meu lugar”, compartilha.
Ao longo do episódio, ela também aborda o racismo estrutural e como aprendeu a não se deixar abalar emocionalmente. “Eu criei uma casca. Não choro diante do racismo, porque não vou dar ao outro o prazer de me ver fraca. Mas o choro, quando vem, é genuíno. A dor existe, mas me expresso de outras formas”, afirma.
Para receber a convidada, Karina preparou um brownie feito com uma receita de família, e o clima intimista foi perfeito para que Célia compartilhasse sua trajetória: de cozinheira por necessidade na infância à realização do sonho de estudar na prestigiada escola Le Cordon Bleu, em Paris. Ao lado do companheiro, Gustavo Dalla Colletta de Mattos, que trocou a publicidade pela gastronomia, Celinha trabalhou em restaurantes renomados como Maison Blanche e Apicius, este último com duas estrelas Michelin.
Na capital francesa, o casal fundou o restaurante “Chez Nous Chez Vous” (Nossa Casa, Sua Casa), reconhecido pelo The New York Times como um dos melhores “restaurantes secretos” de Paris. A experiência com a alta gastronomia e a vida fora do Brasil trouxeram bagagem e maturidade. “A pressão era enorme, principalmente sendo a única mulher numa cozinha com 15 homens. Mas eu dava conta. Sempre fiz questão de provar que era capaz.”
O episódio também aborda a importância da inspiração: como suas vivências podem servir de força para outras mulheres pretas que desejam empreender, ocupar espaços e transformar realidades. Célia compartilha, com sensibilidade, que aprendeu desde cedo a chorar apenas por alegria ou como expressão legítima de emoções – nunca como reação à opressão.
Entre histórias, receitas e reflexões, o episódio é um convite para conhecer a força por trás da chef que hoje inspira outras mulheres a não recuarem diante das adversidades.
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O episodio vai ao ar quinta-feira as 19h08
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