domingo, 13 de maio de 2018

SAUDÊ A TODA PROVA \ Prevenção

Arritmia acomete mais de 20 milhões de brasileiros
Problema é responsável por causar mais de 320 mil mortes súbitas por ano no país


A arritmia é uma alteração do ritmo normal do coração, que produz frequências cardíacas rápidas, lentas e/ou irregulares. Também é conhecida como disritmia ou ritmo cardíaco irregular. “Nem todas as frequências rápidas ou lentas significam arritmias, alerta o médico cardiologista do Hospital VITA, em Curitiba, Mohamad Kamal Sleiman, especialista em arritmia cardíaca. 
O problema ocorre em decorrência de diversas causas, como doenças das artérias coronárias, do músculo cardíaco (miocardiopatias ou insuficiência cardíaca), valvares, infecciosas (Doença de Chagas), alterações nas concentrações de eletrólitos (sódio, potássio e cálcio) no corpo, pós-cirurgia cardíaca ou congênita (defeito presente desde o nascimento). 

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Segundo dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), no Brasil, mais de 20 milhões de pessoas têm um dos tipos desta doença, que é responsável por mais de 320 mil mortes súbitas todos os anos no país. 
Dr. Mohamad explica que a alteração atinge com maior frequência a população adulta acima de 70anos, sendo a mais comum a fibrilação atrial. Além de pessoas com predisposição genética para doenças arrítmicas raras, podendo ocorrer até mesmo em crianças (Síndrome de Brugada, Síndrome do QT longo congênito, miocardiopatia hipertrófica) e pacientes com doenças cardíacas (infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, Doença de Chagas), que apresentam risco aumentado para arritmias e morte súbita. O problema pode resultar também em síncopes (desmaios), dispneia (dificuldade de respirar caracterizada por respiração rápida e curta) e piora da insuficiência cardíaca. 
​As arritmias dividem-se em dois tipos, de acordo com a frequência. As taquicardias, quando a frequência cardíaca é maior que 100 batimentos por minuto (a frequência cardíaca padrão varia entre 60 e 100 vezes por minuto em condições normais de repouso), em decorrência de ansiedade, medicações ou exercício. A frequência cardíaca é considerada anormal quando ocorre um aumento súbito, desproporcional ao esforço realizado, e podem ocorrer em diversas circunstâncias (repouso, sono, atividades diárias ou exercício). A segunda forma são as bradicardias, quando frequência cardíaca é menor que 60 batimentos por minuto, podendo ser normal durante o repouso, pelo uso de medicações ou em atletas. 
Quanto ao local de origem, o cardiologista conta que se subdividem em arritmias supraventriculares - aquelas relacionadas à parte superior do coração (átrios) e ao nódulo atrioventricular e arritmias ventriculares - relacionadas aos ventrículos (câmaras inferiores do coração).
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Sintomas 
Palpitação é o mais comum, mas podem ocorrer também desmaios (recuperação rápida, espontânea e sem alterações motoras), tonteiras, falta de ar, mal-estar, sensação de peso no peito, fraqueza, fadiga, dor no peito, entre outros. 
Os sintomas que indicam gravidade são confusão mental, pressão baixa, dor no peito e desmaios. “Caso ocorra algum desses sintomas, é necessário realizar atendimento médico de urgência para evitar morte do paciente”, adverte o especialista. 
Prevenção
De acordo com Dr. Mohamad, é necessário reduzir o nível de estresse, cessar o uso de drogas como cocaína ou anfetamina, diminuir a ingestão de álcool, limitar o consumo de bebidas que contenham cafeína, fazer exercícios regularmente, evitar atividades que desencadeiam palpitações (como esforços físicos exagerados). 
Tratamento
Segundo o médico, existem várias modalidades de tratamento e a escolha depende do tipo de arritmia, frequência e severidade dos sintomas. “Em alguns casos, não é necessário o tratamento”, salienta. Os principais são: medicações, cardioversão elétrica, mudanças no estilo de vida, marcapassos e desfibriladores, ablação por cateter e cirurgia.
    Medicações: várias drogas são úteis para o tratamento das arritmias.

    Cardioversão elétrica: trata-se de um choque elétrico dado no tórax para restaurar o ritmo normal do coração, quando as medicações falham ou quando o paciente apresenta sintomas intensos com risco. É feita sob leve sedação (paciente dormindo).
 
    Mudanças no estilo de vida: parar de fumar, diminuir a ingestão de álcool e cafeína, evitar o uso de estimulantes (descongestionantes nasais, mediações para tosse e alguns suplementos nutricionais).

    Marcapasso cardíaco: pequeno dispositivo utilizado para estimulação elétrica, evitando que os batimentos cardíacos fiquem muito lentos. Consiste em um gerador de pulsos e eletrodos. 
    Cardiodesfibrilador implantável: aparelho capaz de monitorar e tratar os ritmos anormais do coração, que podem representar risco de vida. (taquicardia ventricular e fibrilação ventricular). 
    Ablação por cateter: trata-se de uma cauterização por energia de radiofrequência do tecido cardíaco responsável pela arritmia. Realizado por meio de catéteres introduzidos no coração.
     Cirurgia cardíaca: recurso utilizado para corrigir arritmias durante procedimento cirúrgico para tratar outras doenças no coração.

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