“Cronofagia”, de Carla Brasil: quando a poesia mastiga o tempo e cospe o agora
Com prefácio de Ruy Guerra, a multiartista estreia com uma obra que funde palavra e imagem para traduzir a urgência e o colapso da vida contemporânea.

“Terra calada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
A mais roubada!
Pros filhos deste solo és tão hostil,
Pátria amarga,
Brasil!”
“A poeta não foge do sujo, vai até o limite, sempre em favor da ideia, sem sacrificar o encantamento perverso de algumas imagens, beirando o sórdido.”
— Ruy Guerra, no prefácio de “Cronofagia”
Carla Brasil (@eu.carlabrasil) não estreia de forma tímida. Cronofagia (Editora Appris) é uma irrupção — uma obra que atravessa o leitor com seus 37 poemas de carne e ironia, onde o tempo deixa de ser medida e se torna matéria. É poesia que grita, sangra e debocha do presente, ao mesmo tempo em que o contempla com assombro.