quinta-feira, 27 de novembro de 2025

 Inteligência Artificial pode devolver ao professor parte significativa do tempo perdido em sala e fortalecer a aprendizagem.

Inteligência Artificial surge como uma aliada.

Instituto Casagrande destaca como a tecnologia reduz tarefas repetitivas e fortalece o vínculo com o aluno.

O cenário educacional brasileiro ainda convive com um desafio que atravessa décadas: o tempo que o professor perde em sala de aula para manter a disciplina. De acordo com a Agência Brasil, docentes no país chegam a gastar 21% do período letivo apenas para organizar a turma, número que coloca o Brasil entre os piores resultados da OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico - nesse quesito. A energia que deveria estar concentrada na mediação pedagógica acaba desviada para conflitos, burocracias e tarefas repetitivas, um desgaste que afeta diretamente a qualidade da aprendizagem.

Nesse contexto, a Inteligência Artificial surge como uma aliada concreta para aliviar a sobrecarga docente. Para o Instituto Casagrande, organização que reúne mais de um milhão de educadores em suas formações, a IA tem potencial real de devolver protagonismo pedagógico ao professor, ao mesmo tempo em que favorece ambientes mais engajados e cooperativos.

“Quando o professor abraça a inteligência artificial como aliada, abre-se uma nova dinâmica de ensino e aprendizagem muito mais personalizada e efetiva”, afirma o vice-presidente do Instituto, Ronaldo Casagrande. Segundo ele, ferramentas de IA já conseguem automatizar tarefas como correção de exercícios objetivos, produção de relatórios, elaboração de planos de aula e acompanhamento de desempenho; rotinas que hoje consomem horas de trabalho não visível, tanto dentro quanto fora da sala.

Relação entre professor, aluno e IA

Mas o impacto não se limita à administração do tempo. A personalização proporcionada por sistemas inteligentes tem influência direta sobre o comportamento dos estudantes, fator que historicamente pesa sobre o clima escolar. Conforme destaca Casagrande, a indisciplina muitas vezes é consequência da falta de engajamento. Quando os conteúdos dialogam com o ritmo e o estilo de aprendizagem de cada aluno, a atenção melhora, e o professor consegue conduzir estratégias pedagógicas com menos interrupções. “A IA ajuda a antecipar dificuldades, sugerir caminhos diferenciados e tornar as atividades mais desafiadoras para quem precisa. Isso reduz ruídos, fortalece o vínculo e favorece o foco no que realmente importa”, completa.

Esse entendimento está alinhado às evidências reunidas pelo Instituto, que apontam ganhos em motivação, autoeficácia e desempenho quando a IA é integrada ao processo pedagógico de maneira consciente e mediada. Ainda assim, Casagrande frisa que não se trata de substituir o professor, ao contrário. “É preciso que o docente assuma o papel de mediador, orientador e coautor desse processo de aprendizagem. A tecnologia complementa, mas não substitui o pensar humano”, reforça.

A adoção responsável dessa tecnologia exige planejamento ético, clareza de propósito e formação continuada. O Instituto Casagrande atua justamente na construção dessa cultura digital, apoiando redes de ensino, escolas e universidades na implementação de estratégias que conectem tecnologia, pedagogia e valores sociais. “Mais do que adotar ferramentas, trata-se de promover um novo pacto pedagógico, em que a IA amplifica a capacidade de ensino e aprendizagem e não a substitui”, enfatiza o vice-presidente.

Embora ainda esteja em fase de expansão nas escolas brasileiras, a Inteligência Artificial já demonstra capacidade de responder a um problema histórico: a falta de tempo. Em um país onde o professor precisa lutar diariamente para manter a sala organizada, a tecnologia pode ser o diferencial que permite recuperar até um quinto da aula, impulsionar a aprendizagem e construir experiências educativas mais humanas e potentes.

Com planejamento e visão, aponta o Instituto, a IA não representa um modismo tecnológico, mas um caminho para que o ambiente escolar seja mais equitativo, personalizado e eficiente, sempre com o professor no centro do processo.

Sobre o Instituto Casagrande

O Instituto Casagrande tem mais de 18 anos de atuação e reúne a maior comunidade de educadores do Brasil, com mais de um milhão de profissionais em suas formações. Trabalha em parceria com secretarias, escolas e universidades para fortalecer a gestão educacional e valorizar professores, coordenadores e diretores. Sua origem está na Associação Professora Amélia Casagrande, braço social que preserva o legado de uma educadora incansável e inspira justiça, inclusão e esperança. A instituição constrói caminhos para uma educação mais humana, inovadora e comprometida com o futuro. 


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