sexta-feira, 6 de março de 2020

Artigo

Gastronomia cresce e movimenta economia brasileira.


Artigo assinado por Guilherme Satoru, chef de cozinha e fundador da Satoru Consultoria em Food-Service

Em 2020, completa 12 anos que o filme Ratatouille estreou nos cinemas do mundo, filme que conseguiu ilustrar os efeitos positivos de um bom prato para quem come. O temível crítico gastronômico do desenho, Anton Ego, após experimentar o prato do ratinho Remy, começa a ter flashes de boas recordações da infância. Após esse momento saudosista do personagem, ele devora a comida.



A cena destaca um dos pilares da Gastronomia na vida das pessoas: proporcionar prazer por meio do paladar. Não comemos mais apenas para sobreviver e esta mudança de paradigma faz com que o setor esteja cada vez mais em evidência não só no cinema e na TV, com filmes e reality shows com chefs renomados, mas também na economia.

A associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) aponta que a Gastronomia movimentou aproximadamente R$ 250 bilhões em 2018. Também aumenta cada vez mais a procura por cursos do segmento, que saltaram de 12 mil em 2009 para cerca de 25 mil em 2017, segundo o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). Estes números mostram não só como a área está cada dia mais em alta, mas também evidenciam a importância cada vez maior que as pessoas dão para o alimento bem feito. 

A expressão “Você é o que come” nunca fez tanto sentido como nos últimos anos na Gastronomia.

Trabalho há mais de 7 anos na área e com a minha experiência criei uma consultoria especializada em restaurantes e empreendimentos de food-service. O objetivo do empreendimento é evitar desperdícios e quebra de vitrine - a falta do produto anunciado - por meio do cook’n chill e lean kitchen, sistemas que melhoram a organização da cozinha. 

Dentro da cozinha é fundamental também destacarmos a formação do cozinheiro e de toda a equipe para o mercado de trabalho, pois são eles que vão produzir o alimento. Com o objetivo de melhorar ainda mais o atendimento, promovo em todo o Brasil cursos que aperfeiçoam o conhecimento de quem já é da área de Gastronomia e também de quem está iniciando. Somente esta iniciativa rende cerca de 400 profissionais formados por ano.

Voltando para Ratatouille, Anton Ego escreveu a sua crítica ao degustar o prato de Remy no restaurante Gasteau’s desta forma: “ontem à noite, eu experimentei algo novo; um prato extraordinário de uma fonte inesperadamente singular. Dizer que tanto o prato, quanto quem o fez, desafiam minha percepção sobre gastronomia, é extremamente superficial. Eles conseguiram abalar minha estrutura”.

Com o lema “me surpreenda”, o crítico não só se surpreendeu, mas também voltará em breve ao restaurante “para comer mais”. O Brasil tem entendido cada vez mais a importância de surpreender o complexo paladar das pessoas, e todos ganham com isso: consumidores, que podem provar pratos saborosos, e os profissionais da Gastronomia, que podem se reinventar neste segmento cada dia mais em relevância.

Sobre o chef
Guiherme Satoru iniciou sua jornada profissional nas áreas administrativa e financeira antes de se formar em Gastronomia em 2014. Aproveitou primeira experiência em uma grande rede hoteleira para seguir carreira e se especializar em tecnologias de produção e aplicação de processos produtivos na metodologia Lean Manufactoring (SEBRAE). Com foco em Cook n Chill, traz como diferencial a técnica culinária alinhada à produtividade em cozinhas. Destacou-se ainda no varejo em segmentos variados como restaurantes e empresas de catering.

Nenhum comentário: