segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Evento debate a importância de mulheres se apoiarem e acreditarem em suas capacidades para crescerem no mercado de trabalho
Promovido pela empresa Gateware, mulheres que são referências em suas áreas falaram sobre a importância da diversidade e de se sentirem representadas em seus segmentos

Crédito: Divulgação
“Precisamos apoiar outras mulheres e acreditar mais em nossas capacidades para estimular a presença de mais líderes femininas nas empresas”. A frase de Andie Linhares, especialista em estratégias digitais da Prefeitura de Curitiba foi a grande tônica do evento Woman on Top, evento promovido pela empresa de tecnologia curitibana Gateware, que buscou debater o potencial de crescimento das empresas e as oportunidades e desafios para as líderes femininas no mundo corporativo.
O encontro reuniu mulheres que se destacam na liderança de equipes em diferentes segmentos de atuação para contar sobre suas experiências e trajetórias, desafios e possibilidades de crescimento da mulher. “Trouxemos mulheres que tem em seus DNAs a coragem, a força, uma sólida formação e a capacidade de acreditar em seus potenciais. São pessoas que sabem o que querem e querem fazer a diferença em nossa sociedade. E com essa iniciativa queremos encorajar mais mulheres a se destacarem e a serem protagonistas pelo lugares onde passam”, afirma a diretora de operações da Gateware e mediadora do debate, Niviani Rudek.



Estiveram presentes Milena Seabra, diretora corporativa da GRPCOM, e Cris Alessi, presidente da Agência Curitiba e coordenadora do projeto do Vale do Pinhão, Andrea Gauté, vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Débora Kretzer, recrutadora da EBANX, Lorenna Oliveira, especialista em Recursos Humanos da Electrolux, e Andie Linhares, especialista em estratégias digitais da Prefeitura Municipal de Curitiba.
Ao contarem suas experiências de vida muitas delas também falaram de aspectos de suas vidas sociais e de como isso também impactou nos rumos de suas carreiras. Para Cris Alessi, todo o repertório das vidas pessoais também influencia nas trajetórias profissionais e devem ser levados em conta. “Hoje tudo é uma soma das nossas habilidades e experiências que adquirimos ao longo de nossas vidas. Nossa trajetória tem a ver com tudo o que já fizemos em momentos anteriores e tudo faz diferença. Temos que usar isso a nosso favor para nos tornarmos ainda melhores”, ressaltou.
O pensamento também é compartilhado pela diretora corporativa do Grupo GRPCOM, Milena Seabra. “Em minha experiência na gestão de equipes percebi que as pessoas precisam ser elas mesmas para que elas se sentissem à vontade e fossem as melhores profissionais que elas poderiam ser. As pessoas precisam acreditar no nosso projeto e agir sem medo de julgamentos e isso é algo que afeta muito as mulheres”, afirmou, a executiva, responsável por uma reformulação no backoffice e no modelo de negócios do grupo com a implantação de uma cultura de inovação. Por conta de seu trabalho ela recebeu o prêmio Equilibrista 2019, que reconhece executivos de finanças. “É um espaço ainda muito masculino e foi uma grande honra ser reconhecida pelo meu trabalho”, explicou.

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Andrea Gauté e Débora Kretzer também contaram suas experiências de trabalho em ambientes de tecnologia e finanças, que contam com homens em sua maioria. Andrea, que trabalhou por anos na IBM e na KPMG, afirmou que era preciso e colocar em igualdade com os executivos. “Não tinha consciência da questão do machismo e sempre tratava a todos de maneira igual. Eu tinha que me provar e me preparava ao máximo para me posicionar no que falava”, explicou. Já Debora falou sobre como a questão da diversidade é importante para a área de tecnologia. Segundo ela, o Ebanx busca ampliar a representatividade das mulheres. “Agora temos duas gerentes mulheres na área de tecnologia e queremos diminuir essa discrepância entre os sexos. Sabemos que podemos crescer ainda mais com um ambiente diverso”, exaltou.

A diversidade também é uma marca das ações da Electrolux, afirma Lorenna Oliveira. Segundo ela, a empresa possui um comitê destinado a estimular a diversidade entre os funcionários, incluindo debates e ações diversas sobre questões de raça, sexo, gênero e opção sexual. “É muito importante nos sentirmos representadas e nos desenvolvermos em um ambiente que nos inspira e acredita na gente”, reitera.

Cris Alessi ressaltou ainda que a questão de representatividade de gênero passa pelo apoio a outras mulheres e também pelo combate a situações de machismo, que ainda que pareçam sutis, são muito representativas. Segundo ela, é necessário também convocar os homens a participarem desse debate. “A nossa sociedade tem diversos costumes machistas e muitas vezes com vieses e temos que combater isso. Precisamos que eles também entendam e falem sobre esse assunto, mostrando dados e fatos concretos e ensinando sobre o valor de ter as mulheres bem representadas nas empresas. O importante é sempre buscamos o equilíbrio nessa relação”, explica.
O público também pode participar fazendo perguntas para as palestrantes e ainda contribuiu com a doação de produtos de higiene pessoal femininos (sabonete, shampoo, condicionador e absorventes). Os materiais serão levados a mulheres em situação de rua, através de parcerias com ONGs.
Essa foi a primeira edição do evento Woman on Top. Novas palestras e debates devem ser realizados no ano que vem. A Gateware é uma empresa especializada em gestão de projetos e criação de softwares sediada em Curitiba e com operações em São Paulo que vem dobrando o seu faturamento ano a ano. Na empresa, as mulheres são maioria nos cargos de gestão (4 contra 2 homens). Além disso, quase metade do total de colaboradores é do sexo feminino, números incomuns para o mercado de tecnologia.
A presença de mulheres em cargos de gestão está entre os assuntos mais debatidos do mundo corporativo e o Brasil já começa a ganhar destaque em relação a esse tema. O Ministério da Economia aponta que as mulheres ocupam 43,8% dos cargos de gestão do país nas áreas de administração pública e no setor de serviços, o décimo lugar em um ranking mundial sobre o assunto. A presença de mulheres em cargos de liderança também representa resultados 20% melhores para as empresas, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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