quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Empreendedorismo não tem idade.

Flávio Vinte, listado na FORBES Under 30 2019,
é empreendedor e CEO da Vivaçúcar
Diante das transformações em que o mundo tem passado, especialmente com a inovação tecnológica constante e com a chegada da indústria 4.0, pessoas criativas e visionárias estão se destacando no mercado, pois ousam, inovam ou se recriam e “fazem acontecer”. Assim também são os empreendedores. Não há idade, gênero, classe social, profissão, ou mesmo uma formação única que os definam. Pois, empreendedorismo é um modo de pensar, uma atitude que qualquer um pode desenvolver e praticar.


A educação empreendedora passou a ocupar uma posição de destaque no campo econômico e social no cenário brasileiro, principalmente na rotina dos jovens, já que hoje eles são 15,7 milhões de brasileiros em busca de informações para abrir um negócio ou com uma empresa em atividade no período de até três anos e meio. Esses dados são da pesquisa GEM 2017, do Sebrae/IBQP, que revela que a participação de pessoas entre 18 e 34 anos no total de empreendedores em fase inicial cresceu de 50% para 57%.
O levantamento mostra ainda que ter a perspectiva de uma carreira profissional em empresa ou no serviço público parece que está deixando de ser o sonho dos jovens brasileiros. Eles estão querendo, cada vez mais, a independência, se tornando empreendedores desde cedo. E quanto antes essa educação empreendedora for inserida na vida dessa juventude, melhor será para eles se posicionarem no mercado profissional.
Eu, como jovem empreendedor, faço parte da estatística apontada pela citada pesquisa e acredito que vivenciar conteúdos de empreendedorismo, que vão muito além da educação básica, prepara as pessoas para o mundo do trabalho, seja para seguir carreira em uma empresa, ou para abrir o próprio negócio. Esses conteúdos estimulam o raciocínio e a busca por aprender novos conceitos, conhecimentos e técnicas que ajudem a resolver problemas do dia a dia, com os quais o jovem precisará lidar na vida profissional.
Estimular os jovens a conversar sobre a estruturação de seus sonhos, sejam pessoais ou profissionais, contribui para que eles se transformem em profissionais que sabem planejar, buscar informações e estabelecer metas. E ainda, pessoas persistentes, proativas, independentes e autoconfiantes. Foi com esse objetivo que eu e alguns parceiros trouxemos para a capital mineira o “Crie o Impossível”, evento que recebeu mais de 3 mil jovens de escolas públicas no Mineirão, para uma experiência de alto impacto inspiracional, com o propósito de abrir perspectivas para os jovens estudantes.
É importante mostrar para esses jovens que é possível montar o próprio negócio em qualquer idade. A Cacau Show, por exemplo, uma das principais redes de franquias do país, começou quando seu fundador, Alexandre Tadeu da Costa, tinha apenas 17 anos. Já a Netshoes, um dos principais e-commerces de artigos esportivos do planeta, com atuação em mais de um continente e com faturamento anual superior a dois bilhões de dólares, foi fundada por Marcio Kumruian, aos 28 anos. É difícil não se sentir inspirado para tirar uma ideia do papel e começar sua própria trajetória no empreendedorismo com histórias de sucesso como essas. No entanto, por mais que não pareça fácil, é possível se tornar um jovem empreendedor de sucesso, desde que a pessoa esteja disposta a se esforçar bastante para fazer isso acontecer.
E uma das formas de potencializar as características dos jovens empreendedores, é ter nas escola atividades diversificadas, buscando o desenvolvimento da organização, da responsabilidade, do espírito de liderança, da criatividade e da pesquisa, além daquelas que envolvam o relacionamento interpessoal. Pois, a falta de uma estrutura educacional específica para desenvolver mentes empreendedoras e a capacitação desses alunos está entre os motivos mais limitantes à atividade empreendedora no País.
Com tantos desafios no ambiente de trabalho, a formação de estudantes empreendedores desde cedo contribui, de forma efetiva, para a construção de uma sociedade com cidadãos preparados para mudanças econômicas e sociais. Afinal, empreender é muito mais do que criar o seu negócio ou ter sua empresa.
Crédito: Uarlen Valério

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