quinta-feira, 8 de julho de 2021

 

TRAJETÓRIA DE QUASE 40 ANOS DO GRUPO GALPÃO É DOCUMENTADA E ANALISADA EM NOVA PUBLICAÇÃO DAS EDIÇÕES SESC SP

 
 

 

Com textos de Eduardo Moreira e ensaio do crítico Valmir Santos, “Grupo Galpão: tempos de viver e de contar” revela histórias e bastidores da lendária companhia mineira de teatro. Live de lançamento da publicação ocorrerá no dia 15 de julho, às 19h

 
 

 

 

Das ideias que começaram a tomar forma no início da década de 1980 até os tempos pandêmicos de 2021, um dos mais importantes grupos de teatro do Brasil vivenciou e escreveu histórias passando por diversos cenários, por vezes levando essa bagagem sociocultural para além das fronteiras nacionais. De Belo Horizonte para o mundo, a trupe do Grupo Galpão sempre mesclou influências dos clássicos da dramaturgia ocidental, da cultura nacional e da voz das ruas, formatando, assim, um dos mais ricos portfólios das artes cênicas. Esse caldeirão de identidades é objeto do livro Grupo Galpão: tempos de viver e de contar, publicação das Edições Sesc SP com organização de Eduardo Moreira. O livro conta ainda com ensaio assinado pelo crítico teatral Valmir Santos, além de imagens de uma rica iconografia de bastidores e espetáculos.


A leitura leva ao público uma proposta que relaciona as artes dramáticas com a história pelo viés do “invisível”, das utopias e distopias da existência humana e do que “poderia ser”, de acordo com Eduardo Moreira. Foram estas as bases que mantiveram e ainda mantêm a paixão pelo teatro e a motivação do coletivo intacta quase 40 anos após a sua fundação oficial, em 1982, com os atores Teuda Bara, Wanda Fernandes e Antônio Edson, além do próprio organizador do livro. Dos porões da Fafich (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG) às ruas e aos palcos, o Galpão ganhou forma a partir de um elenco que reuniu, espontaneamente e sem vínculos enquanto grupo, para um rígido curso com diretores alemães (do Freis Theater München, que vieram ao Brasil a convite do Instituto Goethe), o que lhes deu a primeira experiência enquanto coletivo e poderosa base na arte da interpretação. A consistência do grupo, entretanto, se deu por interesse próprio em dialogar com formas não acadêmicas – fato notável em suas memoráveis apresentações.

A organização linear do texto ajuda a relacionar a atividade do grupo com variados momentos da história contemporânea do Brasil. Essa linha do tempo também permite, com auxílio de um vasto acervo fotográfico e também de excertos da crítica especializada, a localização dos encontros marcantes do grupo com figuras centrais da produção cultural do país, entre eles Paulo José e Eduardo Coutinho.

Os relatos de Moreira destacam peças icônicas e demonstram como se deram seus processos de concepção ou montagem. A encenação do grupo para Romeu e Julieta, sob a direção de Gabriel Villela, ganha detalhes de bastidores e conta todo movimento de superação do grupo à morte de Wanda Fernandes, então esposa do ator, vítima de acidente de carro no retorno de uma das apresentações da peça. Outro destaque está na narrativa sobre a primeira peça da trupe com direção de um de seus integrantes fixo – o próprio Eduardo Moreira –, Um Molière imaginário. Outra atração do livro está nos excertos de críticas e de artigos de jornais publicados à época de cada período de atuação do coletivo.

Entre passagens importantes da trajetória do Galpão e da própria arte dramática brasileira, um tópico que ultrapassa palcos e locais de encenação chama a atenção: a fundação do Galpão Cine Horto. O local, antigo cinema de bairro, virou um centro cultural especializado em teatro e comandado pela companhia desde 1998. A estrutura é referência nacional na formação de artistas e na oferta de oficinas e debates.

Ao final do livro ainda é possível checar as fichas técnicas de cada um dos espetáculos montados e fotos das equipes técnicas que dão suporte ao grupo.

A live de lançamento da publicação ocorrerá no dia 15 de julho, às 19h, em bate-papo transmitido pelo Youtube do Sesc Pinheiros com participação de Eduardo Moreira, fundador e diretor artístico do Grupo Galpão, além de organizador do livro e Inês Peixoto, atriz, diretora, dramaturga.

 

“[sua relevância] (..) deve-se ao lugar crucial ocupado pelo grupo: entre a rua e o palco, entre o popular e o erudito, a tradição e a contemporaneidade, o universal e o regional brasileiro”

 

Danilo Santos de Miranda – Diretor do Sesc São Paulo

 

FICHA TÉCNICA

 

Grupo Galpão - tempos de viver e de contar

Organizador: Eduardo Moreira

Edições Sesc SP

2021

ISBN: 978-85-9493-194-8

Preço: R$88

Páginas: 351

 

 

 

Os títulos das Edições Sesc São Paulo podem ser adquiridos em todas as unidades do Sesc São Paulo, nas principais livrarias, em aplicativos como Apple Store e Google Play e também pelo portal www.sescsp.org.br/livraria

 


 
 

 
 
  
 

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