quarta-feira, 5 de maio de 2021

 Neurocientista fala sobre o que levou à morte cerebral de Paulo Gustavo




 

Um tipo de embolia que causa falta de oxigenação no cérebro pode ser fatal. Neurocientista Fabiano de Abreu explica o que causou a morte do ator, mesmo quando ele já estava se recuperando da Covid-19.

 

O Brasil acordou mais triste nesta quarta-feira, 5 de maio. No final da última noite, foi anunciada a morte do ator e humorista Paulo Gustavo, de 42 anos. Sua luta pela vida foi acompanhada pela imprensa, fãs e famosos, que inundaram as redes sociais com mensagens positivas e pedidos de oração pela cura do artista.

 

Porém, o boletim médico divulgado no último domingo chamou a atenção por um agravante no quadro clínico do ator. Internado no dia 13 de março por conta da Covid-19, Paulo Gustavo chegou a ter um momento de consciência no último domingo, quando até interagiu com os profissionais que cuidavam de seu caso e também com seu marido Thales Bretas. Porém, na noite do mesmo dia sua situação piorou bruscamente. No documento, a equipe médica revelou que isso aconteceu "em decorrência de uma embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso central, ocasionada por uma fístula bronquíolo-venosa".


 

Mas, o que é essa embolia? E por que ela matou Paulo Gustavo? Segundo o PhD, neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu, “ela é uma obstrução do provimento de sangue aos órgãos causada por bolhas em uma artéria”.

 

Fabiano acrescenta que seus sintomas “são semelhantes aos de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ela acaba causando confusão mental, paralisia parcial, ou a pessoa tem perda de sensação. Há casos de pacientes que sofrem perda de consciência repentina ou convulsões. Além disso, essa embolia pode levar a choque e morte do paciente, como foi o que aconteceu com Paulo Gustavo”.

 

O neurocientista explica que este tipo de embolia acontece quando o sangue não consegue chegar às diversas regiões do corpo, “mas é potencialmente fatal quando isso acontece no coração e no cérebro, que são locais muito sensíveis a condições de baixa concentração de oxigênio”. Ele lembra que “o cérebro precisa constantemente de oxigênio. E na falta dele, quando não leva à morte, a pessoa pode ficar com sequelas”, acrescenta.

 

No caso de doentes respiratórios, como Paulo Gustavo, “eles precisam passar por procedimentos e, estes, quando por muito tempo, podem resultar em consequências como a embolia gasosa”. Vale lembrar que o ator estava utilizando uma espécie de pulmão artificial já há muitos dias no tratamento contra o coronavírus.

 

Por outro lado, Abreu lembra que tal situação não é tão rara assim de acontecer. “Há casos também de acidentes de mergulho em grandes profundidades que acabam provocando esta embolia na pessoa e a levando à riscos pelas mesmas razões citadas acima”, finaliza o neurocientista.

 

Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros foi um ator, humorista, diretor, roteirista e apresentador. Ele era casado com o dermatologista Thales Bretas, e deixa dois filhos, os gêmeos Gael e Romeu.

 

Ficou conhecido pelo monólogo Minha Mãe É uma Peça, que deu origem a três filmes, sucesso de crítica e público nos últimos anos. Ele nasceu em Niterói em 30 de outubro de 1978 e estudou teatro na Casa das Artes de Laranjeiras, no Rio, em 2005.



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