terça-feira, 28 de janeiro de 2020




 
CONFIANÇA SE MANTÉM ALTA ENTRE EMPRESÁRIOS DA INDÚSTRIA
Indicador atingiu mesma pontuação de dezembro, mas expectativa para os próximos seis meses melhorou
Exposição da foto: Gelson Bampi
Confiança na economia, otimismo e perspectivas de melhora no ambiente de negócios ao longo do ano. Janeiro normalmente é um mês em que os empresários têm expectativas positivas com relação a seus negócios. Pelo menos tem sido assim nos últimos anos. Em 2020 não é diferente. O estudo mensal aponta o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) confirmou essa tendência. O indicador geral somou 68,9 pontos. Mesmo resultado⇰ de dezembro passado, porém, com diferença na composição do resultado.



O ICEI varia de zero a cem pontos e quando está acima de 50, sugere confiança. O indicador é formado pelo índice de condições, que avalia a economia e as empresas com relação aos últimos seis meses, e pelo de expectativas, que mede os mesmos parâmetros nos seis meses futuros. Em janeiro, o índice de condições obteve 63,1 pontos. Uma queda de seis décimos com relação ao valor obtido em dezembro, que ficou em 63,7.
Mas a média foi compensada pelo indicador de expectativas, que chegou a 71,8 pontos, contra 71,5 registrados em dezembro. Na avaliação do economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, algumas medidas adotadas pelo governo contribuíram para que confiança do industrial venha se mantendo alta nos últimos meses. “A liberação de saque do FTGS no segundo semestre, as sucessivas quedas da Selic, que já atingiu o menor patamar da história e pode ser reduzida ainda mais este ano, somada à aprovação da lei de liberdade econômica e ao controle da inflação, que fechou o ano dentro dos patamares previstos pelo governo, contribuíram para criar um ambiente de negócios mais favorável em 2020”, justifica.
Ao avaliar a composição dos resultados, um fato curioso é que a confiança é maior entre as grandes empresas, onde o ICEI foi de 70,6 pontos. Já entre médias e pequenas o valor ficou entre 66 e 68 pontos. Para Felippe, a visão mais positiva das grandes companhias é comum e saudável para o país. “As grandes empresas têm uma maior capacidade de investimento e conseguem enxergar um cenário mais previsível com mais segurança e antecedência, além de normalmente terem mais fôlego financeiro para encarar períodos de crise. No geral, esse otimismo é repassado para toda a cadeia, com os fornecedores acompanhando as tendências de crescimento e estendendo este efeito para empresas menores. No médio prazo, essa confiança atinge todo o setor produtivo”, relata.
Sondagem industrial
Na pesquisa mensal, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresários do setor no Paraná, 59% também informaram ter intenção de fazer novos investimentos nos próximos seis meses. O percentual também é maior entre as grandes empresas, 65%. “Esta é uma informação bem importante porque comprova que o empresário está confiante numa melhora de sua atividade. E isso se dissemina entre outras atividades econômicas atreladas ao setor produtivo”, completa.
Entre os problemas enfrentados pelas empresas atualmente, a principal queixa, pontuada por 51% dos respondentes, é a alta carga tributária. “Diante deste resultado, fica clara a necessidade do governo de priorizar a aprovação da Reforma Tributária este ano, para simplificar processos e racionalizar tributos para que as empresas tenham mais segurança no cumprimento de suas obrigações fiscais. Essa medida beneficia todo o setor produtivo e é fundamental para a retomada dos empregos”, avalia o economista.
O estudo revela ainda que 34% detectaram ter demanda interna insuficiente por seus produtos, ou seja, não estão conseguindo vender tudo que foi produzido. Falta de capital de giro e burocracia excessiva, empatadas, foram queixa de 21% dos entrevistados. 
Apesar disso, o que chama a atenção é que no mesmo estudo, quando se questiona a atuação da empresa nos próximos seis meses, 55% dos empresários preveem aumento da demanda por seus produtos.
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