domingo, 27 de outubro de 2019

Nós, jovens, queremos mais
Por Ana Beatriz Brandão*
Mudar é preciso. Essa máxima nunca foi tão real quanto nos tempos atuais, ainda mais quando o assunto é política. Diante do descrédito da “velha política”, chegou o momento de nós, jovens, mostrarmos que queremos mais. No Brasil a população mais nova forma um terço do eleitorado e estão inconformados. Eles têm o poder de decisão e confiam na própria força.  A consciência desse poder é muito importante, assim como a do voto. Não é possível ficar calado diante das injustiças cometidas pelos governantes, da desigualdade de direitos, do cerceamento de sermos e amarmos quem quisermos.


A decisão de um afeta diretamente a vida de todos. A juventude mostra a sua força nos movimentos contra o racismo e a homofobia, assim como no crescimento do feminismo. Mas é preciso ocupar os cargos públicos para que a mudança aconteça. Nesse sentido, temos as esperanças renovadas, pois 29% dos jovens de 16 a 25 anos têm interesse em concorrer a algum cargo nas eleições de 2020, segundo dados levantados pelo Datafolha.  Sim, é o começo de uma longa jornada, pois esta é uma luta contra centenas de anos de opressão às minorias.
Pessoalmente, acredito que a literatura é uma grande aliada nesse processo. No fundo, todas as histórias têm sempre um toque de realidade e ajudam a compreender o mundo. No meu último livro, “Entre a Luz e a Escuridão”, da trilogia “Sob a Luz” – publicada pela Verus, do Grupo Editorial Record –, procurei fazer de um cenário de distopia um grito político. Nele, mostro duas formas de governo: uma com o Instituto, que controla o mundo de forma ditatorial e massacra quem foge do padrão estabelecido; outra, com uma sociedade democrática, onde guerrilheiros buscam a melhoria da qualidade de vida para todos. O primeiro cenário reflete um pouco do que o Brasil e os Estados Unidos vivem hoje.
Assim como na literatura, onde o grito político foi um agente de mudanças, nós também devemos ter uma nova postura perante à sociedade. Este é um importante espelho para todos os jovens. Isso mostra que a transformação está dentro de cada um de nós. Se cada pessoa tiver a consciência de que suas ações individuais afetam o coletivo, o mundo mudará rapidamente. O jovem, que sempre foi importante nas grandes transformações históricas, hoje tem ainda mais consciência dessa coletividade, e luta por um mundo melhor. Eu acredito nisso e, por meio da literatura, tenho feito minha parte. Façamos isso juntos.
*Ana Beatriz Brandão, com cinco anos, já era uma ávida leitora, aos 13 iniciava uma jornada cercada de magia junto aos seus personagens e atualmente, com 20 anos, já publicou seis livros e embarca na forte emoção de acompanhar o filme baseado em seus dois best-sellers: O Garoto do Cachecol Vermelho e A Garota das Sapatilhas Brancas. Targaryen, potterhead, narniana, semideusa e tributo, Ana Beatriz Brandão vive intensas aventuras todos os dias e celebra suas publicações, desde as mais recentes obras Sob a Luz da Escuridão e Entre a Luz e a Escuridão, até aquela que pela primeira vez cativou o público, Sombra de um Anjo. Não esquece as emoções vivenciadas em Caçadores de Almas que também tem um valor inestimável à jovem escritora. Seu maior sonho é poder continuar contando suas histórias para todos aqueles que, assim como ela, acreditam que os livros são a melhor forma de tocar o coração das pessoas e mudar suas vidas.

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