quinta-feira, 1 de abril de 2021

 

Cia Provisório Definitivo estreia O DESEJO DO OUTRO dia 2 de abril.




Com texto de Pedro Guilherme e direção de Aline Filócomo (integrante da Cia Hiato), peça é um encontro ficcional de Pedro com seu pai já falecido. O ator contracena com as falas escritas por ele mesmo para serem ditas pelo seu pai, projetadas num telão.




O DESEJO DO OUTRO é a décima terceira produção da Cia. Provisório-Definitivo. A criação de vídeos é de Grissel Piguillem Manganelli, trilha sonora de Luis Aranha, transmissão para o streaming de Gustavo Bricks e produção executiva Pedro Guilherme e Paula ArrudaSerão realizadas 6 apresentações ao vivo via streaming pelo canal do ator no YouTube (Pedro Guilherme), gratuitas, em caráter de abertura de processo, sempre às sextas e sábados às 20h de 02 a 17 de abril.


Durante a peça, sem um entendimento do que Pedro busca com esse encontro, o público vai vendo-o desvelar fatos e segredos de pai e filho. O ator disseca objetos num retroprojetor, que quando projetados no cenário, ganham contornos de imagens microscópicas de vírus, células, amálgamas de DNA, glóbulos e amebas, como seu pai fez quando era pesquisador científico ao dissecar materiais laboratoriais para exames diagnósticos. Pedro vai investigando até revelar a doença que levou à morte do pai: seu pai era homossexual e a doença misteriosa que o acometia era AIDS.


Uma busca por desmantelar preconceitos e situações mal resolvidas. Uma encenação de um monólogo que mescla elementos reais e ficcionais, teatrais e cinematográficos.


Com uma estrutura híbrida, feita metade como teatro e metade como filme, a encenação sobrepõe figuras reais, imaginadas e projetadas, assim como gestos e palavras. A exemplo de um laboratório científico, onde o personagem do pai passou toda a sua vida, a encenação experimenta combinações e gradações possíveis de ficção e realidade, recria momentos vividos e testa possibilidades de encontros impossíveis.

 

Trajetória da criação

A peça estava sendo ensaiada presencialmente antes da pandemia, utilizando projeções de vídeo, retro-projeção, música ao vivo e elementos de dança. Nessa modalidade on-line, o que era projetado será colocado na tela em concomitância com a performance de Pedro ao vivo.


O espetáculo faz parte do projeto EPIDEMIAS, junto com o experimento cênico “O Amor e a Peste” idealizado e realizado por Pedro em parceria com a atriz Flavia Couto, recentemente apresentado na plataforma Zoom.


“O Desejo do Outro” dialoga com “o Amor e a Peste” na ideia de que os processos de doenças, para além de toda a dor, também causam crises que podem proporcionar transformações conscientes, conforme o texto “O Teatro e a Peste” de Artaud, da mesma forma que os encontros afetivos também são agentes de mudanças. Em ambos, há também a mistura entre realidade e ficção, passado e presente. Também faz parte dos dois projetos a reflexão de que as crises sanitárias acontecem acompanhadas de crises nos diversos aspectos da sociedade.


Com o intuito da apresentação na modalidade presencial, o experimento vem nesse momento como abertura de processo. O objetivo é ritualizar a crise pandêmica do Coronavírus com a crise pessoal da perda do pai, no momento em que Pedro enfrenta a doença e possível morte da mãe. Duas gerações se entrecruzam em diferentes pandemias da contemporaneidade.


A peça

As crises, dramas, perdas e tragédias fazem parte da trajetória de uma vida. Como elaboramos esses processos também. Muitas vezes, não é possível no momento de uma relação com alguém, entender todos os aspectos envolvidos. As pessoas se afastam, mudam, morrem. Daí, muitas vezes, a necessidade de uma elaboração individual de algo que aconteceu com o outro. Mas, ainda assim, é possível pensar como seria bom voltar no tempo e ter dito ou feito algo diferente, ou mesmo chamar a pessoa muito tempo depois para ressignificar, ou fechar algo que ficou inacabado. É pensando na premissa que surge a peça. A possibilidade que o teatro dá, de através do artifício de um simulacro, ir em busca do entendimento da realidade. Um fantasma de um pai que retorna para trazer à tona a necessidade de esclarecimentos. Como em Hamlet. Um herói em busca da verdade sendo ele mesmo posto em cheque pela esfínge. Como em Édipo. E toda a dança contemporânea do que narramos ou deixamos de narrar nas redes para dar sentido social a intimidades cada vez mais particulares. A dramaturgia conversa com isso. Com a herança do teatro ficcional que busca se auto-deflagrar e com o hibridismo contemporâneo do documental e do confessional.

 

SOBRE A CIA. PROVISÓRIO- DEFINITIVO

Criada em 2001 por formandos em Artes Cênicas na ECA-USP. Em 2018 representou o Brasil no Festival Damai Super Live em Chengdu, na China, com AS ESTRELAS CADENTES DO MEU CÉU SÃO FEITAS DE BOMBAS DO INIMIGO - indicações para o Prêmio Shell 2013 em direção e Iluminação. Sua última montagem, DADESORDEMQUENÃOANDASÓ foi contemplada com o Prêmio Zé Renato de Teatro – 2015 e o Proac Circulação - 2017. GANGUE foi o grande vencedor do Prêmio FEMSA em 2013, (Melhor Espetáculo Jovem, Ator e Atriz Coadjuvante), PELOS ARES venceu o Prêmio de Melhor Peça Infantil no Cultura Inglesa Festival em 2010; e FAMÍLIA DRAGÃO foi indicada ao Prêmio FEMSA 2009 de Ator Coadjuvante. Já TODO BICHO TUDO PODE SENDO O BICHO QUE SE É ganhou o Prêmio Funarte Petrobrás e indicação ao Prêmio FEMSA 2007 de Melhor Autor – Pedro Guilherme. Seu espetáculo de estreia, VERDADES, CANALHAS, foi premiado em todos os festivais que participou.


De 2001 a 2018, o grupo produziu temporadas de 12 espetáculos. São eles: AS ESTRELAS CADENTES DO MEU CÉU SÃO FEITAS DE BOMBAS DO INIMIGO autoria do grupo e Nelson Baskerville, direção de Nelson Baskerville – 2018/2015-12; DADESORDEMQUENÃOANDASÓ – 2018-16; A COPA DO MUNDO É NOSSA? de Bebel Ribeiro, Paula Arruda e Pedro Guilherme, direção de Carlos Baldim - 2015; GANGUE de Pedro Guilherme e direção de Mauro Baptista Vedia - 2014-12; PELOS ARES de Pedro Guilherme e direção de Lavínia Pannunzio - 2012-10; FAMÍLIA DRAGÃO de Pedro Guilherme e direção de Soledad Yunge - 2011-2009; TAPE de Stephen Belber e direção de Mário Bortolotto - 2009-08; DE ONDE O SOL SE ESCONDE – HISTÓRIAS DO JAPÃO de Paula Arruda e Pedro Guilherme - 2011-07; TODO BICHO TUDO PODE SENDO O BICHO QUE SE É de Pedro Guilherme e direção de Hugo Possolo e Henrique Stroeter - 2011-06; O COLECIONADOR de John Fowles e direção de Marcos Loureiro - 2006; BULGÓIA, REPENIQUE & TROPEÇO de Hugo Possolo e direção de Cris Lozano - 2004; VERDADES, CANALHAS de Mário Viana, direção de Hugo Possolo - 2002-01.


SOBRE PEDRO GUILHERME – ator, dramaturgo e idealizador do projeto

Ator, dramaturgo, produtor e diretor. Formado pela ECA-USP em Bacheraledo – Interpretação Teatral (2001), trabalhou 6 anos com o grupo Parlapatões, é co-fundador da Cia Provisório Definitivo e atuou em mais de 40 peças de teatro em diferentes grupos da capital.


Em 2020 e em 2021 idealizou, escreveu, dirigiu e atuou ao lado da atriz Flávia Couto o experimento cênico on-line O AMOR E A PESTE. Atuou na peça CORPO, de Silvia Gomez, Carla Kinzo, Fernanda Rocha, Marcos Gomes e Lucas Mayor, direção de Lucas Mayor e Marcos Gomes e participou da residência artística TEATRO AGONIZANTE de Lisandro Rodriguéz na MIT-SP. Em 2019, participou do Workshop “Théâtre Total” em Les Cabannes na França. Em 2018, participou como ator e produtor do Festival Damai Supre Live em Chengdu, na China, com o espetáculo AS ESTRELAS CADENTES DO MEU CÉU SÃO FEITAS DE BOMBAS DO INIMIGO.


Em 2018, esteve em cartaz como ator em HAMLET EX-MÁQUINA de Heiner Muller, direção de Erika Bodstein; A MORTE ACIDENTAL DE UM ANARQUISTA de Dário Fo, direção de Hugo Coelho; e viajou pelo interior do estado de São Paulo como ator e produtor do espetáculo DADESORDEMQUENÃOANDASÓ de Davey Anderson, direção de Carlos Baldim.


 No ano de 2014, foi contemplado com o PROAC Nº 40 de Incentivo a criação literária – Texto De Dramaturgia para a pesquisa e criação de (A) DOR(A), texto Vencedor do 2º Concurso Fetaerj de Dramaturgia Prêmio João Siqueira no Rio de Janeiro em 2015.

Autor de GANGUE, que recebeu Prêmio Femsa de melhor espetáculo jovem de 2012. Escreveu também HISTÓRIAS POR TELEFONE (APCA de 2011 de Melhor Peça Infantil e indicação Prêmio Femsa de Melhor Autor de Texto Adaptado). Também fez a dramaturgia da Melhor Peça Infantil da Cultura Inglesa Festival de 2010, a peça PELOS ARESEm TODO BICHO TUDO PODE SENDO O BICHO QUE SE É, foi indicado ao Prêmio Femsa 2007 como Melhor Autor de Texto Original.

 

SOBRE ALINE FILÓCOMO – Diretora

Atriz, formada em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo. É co-fundadora e atriz integrante da Cia Hiato. Integrou o elenco do Centro de Pesquisa Teatral do SESC, coordenado por Antunes Filho. É atriz criadora do Prêt-à-Porter 8. Participou da turnê internacional da montagem francesa LE RETOUR AU DÉSERT, da Compagnie Dramatique Parnas, dirigida por Catherine Marnas. Fez preparação de elenco do espetáculo O SILÊNCIO DEPOIS DA CHUVA, dirigido por Leonardo Moreira. Atualmente dirige um espetáculo de dramaturgia própria intitulado MOSCOU

 

SERVIÇO

Quando: De 02 a 17 de abril. Sextas e sábados às 20h.

Onde: no Youtube do Pedro Guilherme – Gratuito

https://www.youtube.com/channel/UCmlggtXh0TizAk3N-trK5Iw

Dia 02: https://youtu.be/C2kuPdA0vHU

Dia 03: https://youtu.be/LsLyMx-Gg1I

Dia 09: https://youtu.be/26JmgR39do0

Dia 10: https://youtu.be/eBb5hTmtW8Y

Dia 16: https://youtu.be/wRJTtlWDDy8 

Dia 17: https://youtu.be/3F0Fio9egQk

Duração: 60 MINUTOS

Classificação etária: 14 ANOS

 

FICHA TÉCNICA

Texto e atuação: Pedro Guilherme. Direção: Aline Filócomo. Criação de vídeo: Grissel Piguillem Mangganelli. Trilha sonora: Luis Aranha.

Operação de vídeo e som: Michelle Bezerra  Produção Executiva: Pedro Guilherme e Paula Arruda. Realização: Cia Provisório Definitivo.

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