quarta-feira, 21 de outubro de 2020

 Encontrar sentido na vida é mais importante do que felicidade.



Mestre em psicologia positiva, Adriana Drulla, mostra como o propósito pode nos ajudar a encontrar o sentido na vida

É a ausência de sentido, e não ausência de felicidade, que faz com que países de elevado grau de desenvolvimento econômico, como o Japão, tenham altas taxas de suicídio. Pessoas que encontram sentido na vida se apoiam nestas razões quando o mundo parece desabar. Já a felicidade não é uma constante na vida de ninguém, muito menos um refúgio seguro quando tudo vai mal.



Segundo Adriana Drulla, mestre em psicologia positiva pela Universidade da Pensilvânia, encontramos sentido para a vida de diversas formas, uma delas é tendo um propósito. “A palavra propósito gera 50 milhões de resultados no google – uma palavra super utilizada e pouco compreendida. Sofisticamos o propósito. Hoje ele tem a ver com causas grandiosas, com pessoas que inspiram milhões de outras durante a vida. Hoje ter propósito é quase equivalente a escalar o Monte Everest, um projeto para poucos”.

Mas o propósito, explica Adriana, não é um luxo disponível apenas para os que podem largar o emprego ou investir horas sem fim em uma causa. “Talvez estejamos em crise com relação ao nosso propósito porque cometemos um erro na definição do termo. Propósito tem a ver com usar as suas habilidades para adicionar valor para o mundo. Tem a ver com contribuir para uma, ou algumas, causas que são coerentes com os seus valores”. 

Você pode encontrar mais propósito ajudando o morador de rua que está na frente da sua casa, ajudando uma creche ou abrigo de animais, fazendo uma campanha em benefício de algo ou alguém que você se importe, ou ainda na criação de seus filhos.

Se entendermos propósito como um conjunto de ações (que podem ser simples) em prol das outras pessoas, fica mais fácil incorporar mais propósito em nossas vidas. E mesmo que propósito tenha a ver com o que você doa, e não com o que você ganha, uma das consequências de agir em prol do outro é uma imensa sensação de bem-estar.

“Somos seres sociais e sentimos que a nossa vida tem sentido quando o mundo (ou parte dele) é melhor por que a gente existe. E o mundo está cheio de oportunidades para acrescentarmos valor. É só deixarmos de olhar para o topo do Monte Everest e olharmos ao nosso redor”, finaliza a especialista.

 

Sobre Adriana Drulla

Mestre em Psicologia Positiva, pela Universidade da Pennsylvania, é especialista em Compaixão e Autocompaixão. Estudou com Martin Seligman, psicólogo fundador da psicologia positiva, e outros pesquisadores referência neste campo nos Estados Unidos e no mundo.  

Formada em Conscious Parenting por Shefali Tsabary, psicóloga referência em parentalidade e autora do método que une psicologia, parentalidade e espiritualidade, é também especialista em Mindfulness e Autocompaixão pela Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA) e pela USP.



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Adriana Drulla
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J. Mantovani


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