terça-feira, 21 de abril de 2020

Ex-participante do Campus Mobile leva Libras para videoclipes de dança
Experiência no concurso foi essencial para colocar atual projeto em prática, segundo Nemuel Lima

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida legalmente como meio de comunicação e expressão da comunidade surda no Brasil em 24 de abril de 2002 (Lei nº 10.436). Desde então, a data marca o Dia Nacional da Libras. Entretanto, essa população ainda sofre com a falta de acessibilidade.
Foi pensando nessa realidade que o jornalista e intérprete de Libras, Nemuel Lima, teve a ideia de incluir o idioma em vídeos de dança. A ideia surgiu depois que ele se deparou com comentários em redes sociais feitos por pessoas surdas sinalizadas (que se comunicam prioritariamente pela língua de sinais), que gostam de dançar, mas não se sentiam bem com o material musical por não entenderem o que estava sendo cantado.
Lima procurou o canal FitDance Paraíba e, juntos, iniciaram um projeto, que intercala coreografia e Libras. Assim, o surdo aprende a dança e entende a letra. A primeira colaboração já está no ar e tem mais de sete mil visualizações.


A iniciativa aborda uma questão da acessibilidade que costuma ser esquecida: o lazer. “Apesar da Lei Brasileira de Inclusão citar que todos os contextos precisam ser acessíveis, atualmente, a movimentação maior é focada na educação. O que todo mundo esquece é que o cidadão comum precisa de escola, justiça, saúde, cultura e lazer”, afirma.
Lima foi participante das edições 6 e 7 do programa Campus Mobile e embaixador na 8ª. Segundo ele, a experiência foi essencial para colocar em prática seu atual projeto. “Foi no concurso que aprendi a olhar para o mundo pelo prisma do respeito à diversidade”, afirma.
Dentre os aprendizados do concurso, ele lista uma palestra do Movimento Web para Todos. “Aquele conteúdo me motiva até hoje a pensar em soluções midiáticas e tecnológicas para incluir as pessoas com deficiência. Apesar de atuar como intérprete de Libras há 10 anos, somente ali percebi que poderia fazer algo mais”, ressalta.
Para a assistente de tradução de Libras, Nayara Rodrigues da Silva, surda sinalizada e oralizada (pessoa que compreende a língua portuguesa, consegue se expressar verbalmente e fazer leitura labial), a forma como ele propôs não é impessoal como a janela de Libras. “Entendo que esse recurso seja mais importante em jornais, anúncios do governo e outros informes, mas em videoclipes de música ou shows, prefiro muito mais a presença do intérprete em cena”, pontua.

Sobre o Campus Mobile
O programa, que está em sua 8ª edição, é uma iniciativa da Associação do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC), com apoio do Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (LSI-USP) e patrocínio do Instituto Claro. O objetivo da iniciativa é estimular que universitários e recém-formados desenvolvam soluções para transformar a sociedade por meio de aplicativos, produtos e serviços de telefonia móvel que promovam impacto social e benefícios à população.

Sobre o Instituto Claro
A área de Responsabilidade Social da Claro investe continuamente em ações relacionadas à Educação e à Cidadania, por meio do Instituto Claro, com o objetivo de atuar em frentes sociais que integram a tecnologia e a informação como fonte de desenvolvimento e conhecimento. Desta forma, realiza e apoia projetos como o Campus Mobile, o Educonex@o, o Programa Dupla Escola, entre outros. O Instituto Claro é qualificado como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) pelo Ministério da Justiça, e é reconhecido pelo Departamento de Informação Pública das Nações Unidas (DPI/ONU) como uma organização não governamental corporativa que promove os ideais e princípios sustentados pela Carta das Nações Unidas.
Conheça outras realizações no site do Instituto Claro
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