sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020


Canal Like exibe programa especial em homenagem ao cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão
O cineasta José Mojica Marins, popularmente conhecido como Zé do Caixão, faleceu no dia 19 de fevereiro, aos 83 anos. Ícone do cinema de terror, Mojica dedicou sua vida ao gênero e tornou-se referência no Brasil e no exterior nas décadas de 1960 e 1970. Ao longo da carreira, dirigiu mais de 40 filmes e atuou em mais de 50 produções. Como ator, protagonizou filmes como “À Meia-Noite Levarei Sua Alma” (1964), “Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver” (1967) e “Encarnação do Demônio” (2008), entre outros clássicos do horror nacional.


Para homenagear um dos diretores mais relevantes do cinema nacional, o Canal Like (530 da Net/Claro) vai reexibir no sábado, dia 22, à meia-noite, o programa “Listas”, gravado em 2018, no qual indica longas inesquecíveis do mestre do terror. A atração também poderá ser vista na íntegra no YouTube do Like.
Hugo Bonemer e Maytê Piragibe contam que, aos 12 anos, Mojica ganhou uma câmera, juntou os amigos, e realizou o seu primeiro filme, sobre invasão extraterrestre. Engana-se quem pensa que o cineasta começou a carreira com longas de terror. Seus dois primeiros filmes foram dos gêneros faroeste e religioso.  Até a noite em que ele teve um pesadelo e sonhou que um homem de capa preta e cartola o arrastava para o próprio túmulo. Mojica conta que acordou em pânico e perdeu o sono, mas anotou tudo. Logo o personagem ganhou o nome de Josefel Zanatas - o Zé do Caixão.
Em 1964, lançou “À Meia-Noite Levarei Sua Alma”. O longa introduz o universo do coveiro sádico e cruel, de unhas enormes, temido e odiado pelos moradores do vilarejo. Zé do Caixão pretende gerar um filho perfeito para dar continuidade ao seu sangue, mas a esposa não consegue engravidar. Na busca pela mulher ideal, ele é capaz de matar qualquer um que atrapalhar os seus planos. Ele violenta a mulher do amigo e a moça, enfurecida, planeja se suicidar, voltar do mundo dos mortos e levar a alma do Zé do Caixão.
As filmagens duraram três semanas e uma parte foi bancada com a arrecadação dos alunos da escolha de interpretação do Mojica. O cineasta tinha uma escola de atores, de onde ele escolhia o elenco para os filmes que produzia. “À Meia-Noite Levarei Sua Alma” fez um sucesso enorme e a criatura ficou tão famosa que passou a se confundir com o criador. Para todos os efeitos, José Mojica Marins virou definitivamente o Zé do Caixão.
Em 1967, foi lançada a continuação “Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver”. Nessa sequência, Zé do Caixão aprimora as suas maldades e fica ainda mais sádico. A busca da mulher ideal continua. Ele rapta seis jovens, que passam por sessões de tortura. Zé do Caixão acaba assassinando uma moça grávida, a população se revolta e resolve matar o coveiro.
Mojica gostava de chamar suas obras de fitas, e “Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver” é a sua fita campeã de popularidade. Foi filmada em preto e branco, com exceção da sequência colorida do inferno de gelo que causou sensação. Porém, teve problemas com a censura do Regime Militar e precisou mudar o final do roteiro. Em vez de reafirmar o seu ateísmo, Zé do Caixão passou a fazer um discurso temente a Deus.
O próximo filme da lista sofreu vários cortes e até hoje foi exibido apenas nos festivais e em sessões especiais. “O Despertar da Besta” também é conhecido como “Ritual de Sádicos”. A história começa em preto e branco, num programa de televisão onde o Doutor Sérgio apresenta sua tese maluca. Ele acredita que as perversões sexuais são causadas pelo consumo de droga e usa quatro voluntários como cobaia. Mojica aparece nesse momento como outro psiquiatra convidado do programa, especialista em depravação. Doutor Sérgio é contestado pelos colegas de profissão e resolve fazer um experimento. Os quatro viciados são colocados de frente para o cartaz de “O Estranho Mundo de Zé do Caixão”, uma compilação de três contos do terror que Mojica lançou em 1968. Nesse momento, a película fica colorida e a imagem do Zé do Caixão desperta os delírios e perversões de cada um.
Em “Delírios de um Anormal”, de 1978, Mojica volta a ter um psiquiatria como personagem principal.  Doutor Hamílton é aterrorizado por pesadelos em que o Zé do Caixão tenta roubar a sua esposa. Adivinhem para quem ele vai pedir ajuda? Para José Mojica Marins, que tenta fazer Hamílton entender que Zé do Caixão não existe, é pura ficção.
O diretor voltou ao set de filmagem depois de trinta anos afastado, para rodar “Encarnação do Demônio”, de 2008. O longa forma uma trilogia macabra junto com “À Meia-Noite Levarei Sua Alma” e “Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver”.

Listas – Filmes Zé do Caixão
Sábado, 22/02, à meia-noite.
Assista também: Segunda, 24/02, quarta, 26/02 e sexta, 28/02, à meia-noite.

SOBRE O CANAL LIKE
Em 2018 o CANAL LIKE – 530 da NET/Claro – nasceu sob o lema ‘a gente recomenda, você curte’, com a proposta de promover conteúdos da TV e do cinema e falar com o público apaixonado por cultura pop nas suas mais variadas formas: filmes, músicas, séries, documentários, esportes, gastronomia, animação e estilo de vida.
A ideia do LIKE é ser uma fonte de consulta para tudo o que acontece no mercado audiovisual e do entretenimento. A curadoria reúne filmes em cartaz ou disponíveis na programação da TV e nos serviços on demand, séries recém-lançadas, premiações mais aguardadas e comentadas do mundo até os festivais alternativos e conteúdo infantil. Os programas, com aproximadamente oito minutos de duração, são apresentados pelos atores Hugo Bonemer e Maytê Piragibe. O ritmo da grade é dinâmico e as dicas imperdíveis são transmitidas numa linguagem leve e divertida.
CANAL LIKE é a programação da programação, mas também produz seu próprio conteúdo. A repórter Anne Braune circula pelos eventos para mostrar tudo o que acontece no universo do entretenimento, como pré-estreias, lançamentos e visitas a sets de filmagens.
Além dos programas fixos, o canal ainda conta com colaboradores como Renata Boldrini, com seu ‘Que Tal um Cineminha?’; ‘‘Like Hollywood’, que traz Larissa Vereza, diretamente de Los Angeles, com matérias em lugares históricos do cinema mundial, e Bond’s Filmes e Cavídeo, com o melhor das produções independentes do audiovisual nacional.
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