terça-feira, 12 de novembro de 2019

Literatura Atual.

Intrigas bolsonaristas por Joselito Müller
Ícone do humor de direita, personagem fictício criado por advogado potiguar lança no dia 14, na Martins Fontes, da Avenida Paulista, Tarde demais para pedir bom senso, romance satírico inspirado nas relações pessoais e políticas da família presidencial.


TARDE DEMAIS PARA PEDIR BOM SENSO
Joselito Müller

168 págs. | R$ 29,90

Editora Record | Grupo Editorial Reco
Um observador com um olhar tão sagaz quanto original, Joselito Müller representa uma espécie quase extinta: o cronista sem medo, perspicaz, e que não poupa ninguém. Ele nos lembra que há enredos na vida real que, de tão pouco verossímeis, jamais seriam escritos sequer pelos piores roteiristas – e alguns acontecimentos recentes no Brasil se encaixam justamente nessa categoria. Em Tarde demais para pedir bom senso, Joselito Müller satiriza e explora, com humor ácido, fatos pitorescos da política nacional.  O autor aborda acontecimentos recentes, como a bajulação de Magno Malta antes das eleições, postagens controversas dos Bolsonaro no Twitter, a briga com Gustavo Bebianno, o envio de uma cabeça de porco para Joice Hasselmann, declarações polêmicas da ministra Damares.




“Carlos, no banco de trás, ia calado, olhando para os lados durante o itinerário, como que a procurar possíveis ofensores. Por um momento, Jair se questionou: ‘E se um sniper tentar mesmo me matar?’, mas logo se livrou desse pensamento, que voltou a acometê-lo quando um cavalo que escoltava o conversível refugou e interrompeu por alguns segundos o desfile.
— Bem que o Leo falou pra gente tomar cuidado. Viu aí? Deve ser filiado ao PSOL — falou Carlos quando o carro conseguiu seguir o trajeto.
— Impossível, Carlos. O pessoal da inteligência sabe a vida toda de cada um dos membros da guarda.
Jamais admitiriam alguém do PSOL, principalmente depois do atentado que sofri — falou Jair.
— Não me refiro ao cara da cavalaria, pai. Me refiro ao cavalo.”

TARDE DEMAIS PARA PEDIR BOM SENSO
Joselito Müller

168 págs. | R$ 29,90

Editora Record | Grupo Editorial Record



“O objetivo aqui é te pegar pela orelha. Não literal, mas literariamente, claro. Já que você está com o livro na mão, a tarefa agora é fazer com que não o solte até levá-lo para o aconchego do lar (ou similar). Se minha palavra bastasse, te asseguraria: não te arrependerás! Mas as palavras que importam aqui não são as minhas (sorte sua), as que realmente interessam são as escolhidas, cultivadas e afiadas pelo autor: o ferino, arguto, impiedoso, adorável, criticado, pertinente e impertinente, contagiante e virulento, Joselito Müller, o cronista/jornalista brazuca mais adjetivado do século.

Não é todo dia (mês, ano ou década) que aparece um observador com um olhar tão sagaz quanto original, capaz de distribuir e misturar potentes petardos e acepipes deliciosos, dono de uma prosa com pegada, molejo, faro e mira. Joselito Müller é fera, é craque, morde e não assopra, é rápido no gatilho e por não estar nem à direita, nem à esquerda, acerta sempre bem no meio... da testa! 

Você vai ter o prazer e a alegria de testemunhar o renascimento de uma espécie quase extinta: o cronista sem medo e com graça, que escreve com veneno e perspicácia, que vê primeiro, enxerga na frente e dispara, indiscriminadamente, mas com pontaria e deboche, sem poupar ninguém, sem ajoelhar nem dizer amém, o que é coisa para (muito) poucos.

E como a nossa situação crítica já é crônica, é sempre bem-vinda a crônica que faz crítica dessa situação. Então aceite o meu convite: mergulhe, se esbalde, aqui não existe nada que não seja motivo para gargalhar de tudo. Porque rir é a vingança que nos resta nesses interessantíssimos tempos, onde o patético, o ridículo, o bizarro, a cafonice e a mediocridade alcançaram os píncaros da glória.

É hora de ir à forra, agora é você que vai se divertir com eles. Sem pena, sem limites, com vontade... afinal, é Tarde demais para pedir bom senso” _ Claudio Manoel

Joselito Müller nasceu em Belém, PA, em meados da década de 1950. Trabalhou na Serra Pelada, de onde teve de fugir ao ser confundido com um comunista pelos militares. Mudou-se para Parahyba, capital, onde torrou com mulheres, álcool e jogatina todo o dinheiro que havia economizado. Alfabetizado aos 16 anos pelo Mobral, conheceu a obra poética de José Sarney e criou coragem para escrever, acreditando que, “se ele conseguiu publicar um livro, qualquer um consegue”. Atualmente reside em Natal, RN, onde exerce a advocacia

Nenhum comentário: