terça-feira, 27 de novembro de 2018

Desmatamento .


Madeira de valor: pequenos artesãos cumprem grande papel em benefício da Natureza.

Gamela da Corte da Terra | Foto: Cecília Arbolave
O desmatamento tem diminuído e a ressignificação da madeira por parte de artesãos, como a marca Corte da Terra, é essencial nessa redução

Gamela da Corte da Terra |
 Foto: Cecília Arbolave
Desde sempre consideramos a madeira dentro de casa como resultado de aconchego e nobreza. Ela está em muito presente nos mundos da arquitetura e decoração, em móveis, objetos, revestimentos e, justamente por isso, é preciso de cuidado singular ao usá-la, valorizando seu importante papel. Os últimos dados relacionados ao desmatamento da Mata Atlântica comprovam que toda atenção é bem-vinda, já que o índice chegou ao menor registrado desde 1985.
Segundo a SOS Mata Atlântica, entre 2016 e 2017 o desmatamento teve baixa de 56,8% em relação ao mesmo período de 2015 a 2016. Segundo a fundação, estamos vivendo um momento político importante para o país e a Mata Atlântica dá o seu recado: é possível reduzir o desmatamento. Com o compromisso e o diálogo entre toda a sociedade, incluindo proprietários de terras, governos e empresas, dá para alcançar o desmatamento ilegal zero, já presente em sete estados. Os dados mostram que a madeira vive um novo momento, com um novo olhar para seus usos na decoração. É essa visão que traz tanto valor ao artesanato. Personagens como Luiz Vieira, da Corte da Terra, dão novo significado à matéria-prima mais essencial ao dia-a-dia. E o melhor: sem encostar em um só tronco para derrubá-lo.
O artesão mineiro produz suas peças com o que vem da natureza da melhor forma possível: respeitando-a. Luiz é dentista há mais de 40 anos, mas leva o ato de esculpir a madeira como seu segundo ofício na empresa Corte da Terra. Sua paixão é recuperar árvores caídas na zona rural de Poços de Caldas. Espécies nobres como moreiras e maçarandubas, antes descartadas, agora tem destino certo. Em seu sítio, Luiz dá a elas novo sentido, transformando-as em gamelas, mesinhas e até oratórios.
Além de incentivar o cuidado com a natureza, Luiz trata com estima as singularidades do material. Por ser derivada de resíduo florestal, cada peça traz as marcas de agentes naturais e intempéries, como uma história contada por seus veios e nós. Com esse processo transformativo, a madeira esquecida ganha nova forma e novo lar.
O trabalho muda o destino das árvores, embeleza casas e influencia até a vida do próprio artesão. Luiz brinca: “Muitas pessoas fazem terapia. No meu caso, eu faço gameloterapia”. A relação íntima com a natureza revela como atitudes que podem parecer pequenas são capazes de mover os números, com resultados reais como os que vimos nos últimos anos.
Corte da Terra
@cortedaterra

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