domingo, 8 de julho de 2018

Land Art, Arte Póvera, Arte Ecológica e Arte Conceitual.

Garrafas descartadas como lixo se transformam em arte pelas mãos de artistas vidreiras


Os curitibanos têm até o próximo dia 15 de julho para visitar a instalação “Do Léu ao Muséu – Arque-ecologia de uma cidade através de suas garrafas”, em exposição no Museu Alfredo Andersen. A mostra reúne oito participantes do Grupo de Artistas Vidreiros de Curitiba, que transformam em arte garrafas de vidro descartadas pelas ruas da cidade e que elas mesmas recolhem.

A obra, idealizada por Loire Nissen, utiliza cerca de 800 garrafas, que passaram por diversas intervenções, suspensas em uma estrutura metálica. A iluminação cenográfica valoriza o conjunto, o que lhe confere uma ambientação especial.
A instalação tem influência de quatro movimentos e correntes artísticas contemporâneas: Land Art, Arte Póvera, Arte Ecológica e Arte Conceitual.
Sem barreiras
A Land Art, também conhecida como Earth Art ou Earth Work, surgiu no final da década de 60 e promove o terreno natural de forma a integrá-lo à obra de arte.
A Arte Póvera ou Arte Pobre surgiu na Itália nos anos 60, utilizando, além de materiais tradicionais, outros não convencionais, como areia, madeira, sacos, jornais, cordas, feltro, terra e trapos. Ao longo da década de 1970, os artistas voltaram a sua atenção para as temáticas da natureza, rompendo com os processos industriais e fazendo crítica à sociedade pautada pelo acúmulo de bens materiais.
Mudando comportamentos
A Arte Ecológica, também chamada de Eco-arte, foi criada por artistas que se preocupam com a situação local e global do ambiente. Alerta sobre questões da natureza e, também, sobre problemas ambientais; propõe novas formas de coexistir com o meio ambiente e contribui para a mudança de comportamento da sociedade. Utiliza material natural ou o descartado no lixo, reciclável ou já reciclado.
No início de 1965, surge a Arte Conceitual, que se concretiza na década de 70 e remodela os processos criativos e expressivos. A ideia da obra é mais valorizada do que o produto acabado e, em geral, é expressada por fotografias, vídeos, mapas, textos, performances e instalações. Pretende que o observador reflita sobre o ambiente, o consumo e a sociedade. Os artistas tentam, desta forma, mostrar a sua recusa em produzir objetos de luxo.
Sustentabilidade
Assim, com a instalação “Do Léu ao Muséu”, além de apresentarem suas ideias/produções individuais, agrupadas numa única instalação, as artistas vidreiras de Curitiba procuram levantar e divulgar o conceito de sustentabilidade, estimulando a reutilização de elementos até então repelidos, empregando-os em uma produção artística coletiva. A obra pretende, ainda, provocar reflexões sobre a impressionante quantidade de vidro descartada pela cidade.
Com curadoria de Maria Letícia Rauen Vianna, a instalação “Do Léu ao Muséu – Arque-ecologia de uma cidade através de suas garrafas” reúne as artistas vidreiras Denise Nissen, Desirée Sessegolo, Eliane Chichof, Loire Nissen, Marise Saboia, Regina Lagana, Selene Calafange e Silvane Burkot.

SERVIÇO:
Instalação “Do Léu ao Muséu – Arque-ecologia de uma cidade através de suas garrafas”
Quem: Grupo de Artistas Vidreiros de Curitiba
Onde: Museu Alfredo Andersen – Rua Mateus Leme, 336 – Centro
Quando: Em cartaz até 15 de julho
Visitação:
De terça a sexta-feira, das 9h às 18h
Sábados e domingos das 10h às 16h
Mais informações: www.doleuaomuseu.com

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