quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Saude a Toda Prova.

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AVC é primeiro no ranking de causas de mortes no Brasil




Agilidade no atendimento reduz riscos e sequelas

AVC
“O acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico (AVE), popularmente conhecido como derrame, constitui importante fator de mortalidade e incapacidade física na população e é um dos maiores problemas contemporâneos de saúde pública. Atinge 16 milhões de pessoas no mundo a cada ano”, revela o médico neurorradiologista intervencionista Gelson Koppe, chefe do serviço de Neurologia do Hospital VITA. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS), recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamento da doença.

Koppe relata que no Brasil, são registradas cerca de 68 mil mortes por AVC anualmente. O problema representa a primeira causa de morte e incapacidade no país, gerando grande impacto econômico e social.
O risco de AVC aumenta com a idade, sobretudo após os 55 anos. O aparecimento da doença em pessoas mais jovens está mais associado a alterações genéticas. Indivíduos da raça negra e com histórico familiar de doenças cardiovasculares também têm mais chances de ter um derrame e segundo o Ministério da Saúde, o fumo é responsável por cerca de 25% das doenças vasculares. 

O médico explica que há dois tipos de AVC: o isquêmico (85% dos casos), provocado pela obstrução dos vasos sanguíneos, e o hemorrágico (15% dos casos), ligado a quadros de hipertensão arterial que causa sangramento dentro do tecido cerebral. 

No AVC isquêmico (AVCI), os sintomas dependem da área do cérebro onde ocorre a insuficiência no fluxo sanguíneo e tem diferentes causas, sendo que o responsável, na maioria das vezes, é um êmbolo (trombo ou coágulo), que solto na corrente sanguínea vai ocluir um vaso à distância.

Por isso, no combate à doença são essenciais os programas de prevenção, uma vez que 90% dos casos podem ser evitados. No entanto, quando ocorre o AVCI, o paciente pode ser tratado se chegar rapidamente a um hospital preparado, inclusive com reversão total dos déficits. Para que isto seja possível, torna-se necessária a educação continuada das pessoas para reconhecerem quais sintomas possam ser indicativos de um AVC.

Sintomas: O AVCI apresenta fraqueza de um lado do corpo, dificuldade para falar, perda de visão e da sensibilidade de um lado do corpo. Já o tipo hemorrágico, o médico conta que traz avisos, como alteração motora, paralisia de um lado do corpo, distúrbios da fala e sensitivo, além de alteração no nível de consciência, mas todos os sinais dependem do local do cérebro que foi acometido. “É o mais grave e tem altos índices de mortalidade. O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem, que permitem identificar a área do cérebro afetada e o tipo do AVC”, ressalta Koope.

O tratamento do AVC pela técnica endovascular foi possível pelo desenvolvimento tecnológico dos equipamentos, o surgimento de novos materiais e medicamentos específicos, tornaram a realização dos procedimentos endovasculares para tratamento da etiologia do AVCI, menos desconfortáveis, precisos e fundamentalmente seguros. “Tornaram-se uma prática diária no tratamento da doença vascular cerebral, nas mais variadas indicações e localizações. Dos tratamentos hoje reconhecidos pela comunidade médica, a terapia endovascular do AVC agudo por resgate do trombo (coágulo), é a forma menos agressiva e eficaz de minimizar o dano ao paciente e restabelecê-lo à sociedade”, destaca.

O especialista explica que neste tratamento o neurorradiologista intervencionista se utiliza do acesso natural ao cérebro por meio dos vasos sanguíneos. Um microcateter (com diâmetros pequenos de até meio milímetro) é introduzido, por um cateterismo superseletivo, nos vasos cerebrais até chegar ao vaso ocluído para fazer a desobstrução, retirando o trombo e liberando fluxo sanguíneo para a área isquêmica.               


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